quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Cenas de um Rio

Era mais um daqueles dias cinzentos . Sem graça , apenas mais um entre tantos outros iguais . Como muitos que passaram e exatamente por serem cinzas , nunca são lembrados .
E mesmo assim continuou , com todas aquelas coisas da rotina . Blá bla bla bla. E caminhou por essa cidade nova e estranha . Nova ? não sei , mais parece uma coisa antiga , uma decadencia digna dos centros antigos , como se a Familia Real tivesse passado e por la deixado reliquias , detalhes e histórias . Sim , histórias , nunca ouviu tantas , algumas recentes outras do tempos de ouro , anos 50 ou 60 . O que aconteceu depois ? Crescimento , Violencia . Confesso que nunca tinha pensado nisso até agora . Mas prosseguiu , atras de algo ou alguma coisa . Não saberia dizer se real ou imaginária , qual é a exata diferença entre eles ? Mesmo sempre atraido pelas coisas reais , por razões óbvias , sempre preferiu estar entre aquelas imaginárias . Como se existisse um outro mundo paralelo , muito mais bonito , colorido , fantasioso. Onde pudesse viver numa casa voadora , amarrada em milhares de balões coloridos e houvesse uma biblioteca com todos os livros do mundo . Onde não existisse nada dessas chatices de adultos . Crescer , responsabilidade , culpa. Mas não , o que existe é o mundo real .
Mas sabe , que mesmo nesse mundo real , as vezes consegue encontrar uma fagulha de esperança. Ontem , estava na praia, sentado a toa, um pouco contemplativo. E chegou uma madame com uma criança . Muito elegante , e com jeito de quem faz isso uma vez a cada seis meses . Talvez muito rica pra fazer algo tão simples e banal como brincar com a neta na areia da praia . Talvez muito ocupada , quem sabe ? Mas la estava a menina linda e graciosa como só uma criança que ainda é criança ( em tempos de crianças prodigio ) , pode ser. E estava se divertindo muito , com pouco . E logo ao lado , uma familia humilde , ou só um grupo imenso de pessoas que vieram juntos curtir o dia na praia . Lógico que estavam fazendo a maior festa , bagunça , chamem como quiseram . Mas dentre todos eles tambem havia um menino de 5 ou 6 anos que viu essa menina sozinha , e foi falar com ela , perguntou seu nome . "eu me chamo Pedro , como é o seu nome ? " " eu me chamo Sophia "e começaram a brincar juntos , sem se importar com nada , nenhuma diferença, algo natural . Mundos completamente opostos , mas que podem ser deixados de lado com um simples gesto . Será que essa fantasia só é possivel quando temos 6 anos de idade ?
Mesmo com essa lembrança na cabeça , continua , em sua busca , mesmo sem saber o que exatamente . Talvez seja melhor deixar essa ideia da busca de lado . De frente a uma praia , com uma visão espetacular , o mar , e aquela sensação de pertencer aquilo como se ja tivesse feito parte . Quando ? Não saberia responder .
E olhando para o mar , encontrou tudo aquilo que achava estar procurando : A Paz .
Ainda que momentanea , ela veio . Ja valeu a pena .
Agora aqui da janela do 7º andar eu ouço os passaros cantando e o dia começando a nascer .
Vai começar tudo de novo .
Ainda Bem.

Kalebe

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Uma vida Iluminada